Sindsaúde MG: tralhadores da saúde de Betim definem greve a partir de 12/05

Revoltados com a proposta de retirada de direitos que tramita na Câmara Municipal, com a falta de negociação da prefeitura e as péssimas condições de trabalho, os servidores municipais da saúde aprovaram iniciar movimento grevista a partir da próxima terça-feira (12/05).

A decisão foi tomada em assembleia da categoria que aconteceu na terça (06/05) na Praça do Brasiléia, centro da cidade. A prefeitura de Betim se recusa negociar com a saúde e encaminhou projetos para o legislativo que impactam diretamente nos direitos dos servidores.

Os projetos que tramitam na Câmara Municipal e podem ser votados a qualquer momento altera a Previdência Municipal (Ipremb) e retira o direito à qüinqüênio e férias-prêmio para servidores com 30 anos de serviço. Além destas exigências, o Sindicato encaminhou à prefeitura outras cinco reivindicações: reajuste salarial, igualdade do pagamento de adicional de urgência para todos, pagamento da gratificação de difícil fixação para todos os profissionais, melhoria nas condições de trabalho e abastecimento imediato da rede municipal de saúde com medicamentos e materiais para manutenção e cuidado com a vida dos usuários.

Entre os encaminhamentos aprovados na assembleia está a denúncia maciça dos flagrantes de desrespeito à saúde e ao trabalhador que faz parte da rotina dos servidores de Betim. Após a assembleia, uma comissão de trabalhadores se reunirá na sede do Sind-Saúde Núcleo Regional Betim para definir as estratégias de enfrentamento.     

Sobreviventes

Durante a assembleia, dezenas de trabalhadores aproveitaram o momento para desabafar e denunciar a precariedade dos serviços de saúde em Betim e a constante falta de materiais e medicamentos. As condições desumanas relatadas levam os trabalhadores a se sentirem sobreviventes ao final dos plantões. Foram vários relatos de descaso do governo que levaram a óbitos e falta de atendimentos em Betim. As denuncias serão formalizadas e encaminhadas à entidades como a comissão de direitos humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Conselho Regional de Enfermagem (Coren) e Organização Internacional do Trabalho (OIT).    

Os servidores reafirmaram que a luta, além de ser por melhores condições de trabalho, é em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), dos usuários da saúde e da população.

Paraná é aqui

A proposta do governo que altera a previdência dos servidores municipal é semelhante ao projeto que educadores do Paraná lutam contra e que recebeu repercussão nacional. Ao mexer na previdência do funcionalismo, os dois governos do PSDB – no Paraná e em Betim – pretendem passar a conta da dívida para os trabalhadores.

Em Betim, os professores já estão em greve contra o projeto e estiveram presentes na assembleia da saúde para apoiar o movimento aprovado pela categoria. O diretor do Sind-UTE– Núcleo Betim, Luiz Fernando, alertou que caso o projeto seja aprovado pelos vereadores, o Instituto da Previdência irá quebrar em prazo ainda menor que a previsão no Paraná.         

Próximas atividades   

O Legislativo irá se reunir com a direção do Sindicato ainda nesta quarta-feira para tratar dos projetos em tramitação na Casa e a ausência de negociação com o funcionalismo. Uma audiência pública será agendada para tratar do tema, mas o SindSaúde Núcleo Regional Betim alerta que os servidores precisam participar e mostrar a indignação aos vereadores para tentar barrar as pretensões da gestão e de seus aliados na Câmara Municipal.  

Na próxima terça-feira (12/05), quando inicia a greve por tempo indeterminado, os servidores da saúde farão Assembleia Geral às 09 horas em frente ao Hospital Regional de Betim.