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Em ato no Hospital 28 de Agosto, Sindsaúde AM cobra equipamentos de proteção com qualidade e quantidade adequadas para preservar vida dos trabalhadores

28/04/2020

Em entrevista dada ao Portal de Notícias, Cleidenir Socorro, também dirigente da CNTSS/CUT, denuncia descaso das autoridades e empresários e os altos índices de contaminação e morte de trabalhadores

Escrito por: Assessoria de Imprensa da CNTSS/CUT

 

 

De Norte a Sul do país, infelizmente, a situação dos trabalhadores da saúde sempre expôs uma dura realidade combatida e denunciada pelas entidades sindicais que cobraram à exaustão dos governos e empresariado investimentos nesta área e que agora, com a pandemia do coronavírus (Covid-19), torna-se ainda mais imprescindível para conter a tragédia que toma conta do país e se materializa em altos índices de contaminação e morte dos profissionais e da população. A grave situação no Amazonas, que em graus diferenciados se replica em outros locais, foi exposta novamente pelas lideranças do Sindsaúde AM - Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Área de Saúde do Amazonas, entidade filiada à CNTSS/CUT – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social, durante ato realizado na segunda-feira, 27 de abril, em parceria com outros sindicatos da saúde, em frente ao Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, em Manaus.

 

Com faixas dizendo que a “Saúde do Amazonas pede Socorro” e portando reproduções de fotos de profissionais da saúde que vieram a óbito por conta da contaminação com o Covid-19, centenas de trabalhadores da unidade hospitalar fizeram um ato na manhã desta segunda-feira para homenagear seus colegas vítimas do coronavírus e para cobrar das autoridades melhores condições de trabalho, equipamentos de proteção individual em quantidade e adequados para realização das atribuições, adaptações na infraestrutura da unidade, salários atrasados e outras melhorias. Durante o ato foi realizado um minuto de silêncio pelos companheiros mortos e feita uma oração. O sistema de saúde do Amazonas tem sido foco da mídia pela condição de calamidade em que se encontra e o alto número de contaminados e óbitos na população.

 

Este quadro avassalador se manifesta também nas categorias de profissionais da saúde. De acordo com dados apresentados pela dirigente do Sindsaúde AM e CNTSS/CUT, Cleidinir Francisca do Socorro, já são mais de 400 profissionais infectados com o vírus, 16 casos levados à óbito e mais de mil funcionários afastados por estarem no grupo de risco, sendo que há ainda um número grande nesta condição que permanece trabalhando em unidades de saúde em todo o Estado, descumprindo, inclusive, o Decreto do governador. Motivo para tantos casos de adoecimento de trabalhadores tem como destaque a falta de equipamentos de proteção individual. O descaso com a saúde dos trabalhadores já vinha sendo anunciado há tempos, segundo Cleidinir, e nenhuma autoridade tomou providências para solucionar este e os demais problemas que afetam a saúde.  

 

Entrevista

 

Clique aqui e assista a íntegra da entrevista:

 

Em entrevista concedida durante a manifestação ao Portal de Notícias Holanda, a dirigente destacou que é muito grave a situação dos trabalhadores e, para piorar, as autoridades não aceleram a tomada de medidas para melhorar. “Nós estamos fazendo um apelo ao governo de Estado desde 19 de março, pedindo proteção adequada para os profissionais. Pedimos EPIs adequados para estes profissionais, a maioria, quase 100%, não está trabalhando com equipamentos de proteção adequados como orienta o Ministério da Saúde, principalmente o pessoal que trabalha na urgência e emergência. Os trabalhadores estão na linha de frente da pandemia sem proteção adequada. Os trabalhadores estão se contaminando e morrendo. Estamos fazendo um apelo ao governo do estado, às instâncias da Defensoria Pública e ao Ministério Público para conseguir os EPIs,” afirma a dirigente.

 

Toda esta pressão para preservar suas vidas e dos pacientes que procuram o sistema de saúde tem levado a que os profissionais também sejam afetados por uma forte carga emocional. O alto grau de comprometimento emocional destes profissionais fica expresso em dois depoimentos dados à repórter do Portal de Notícias. Num deles, um técnico de enfermagem relata a perda de amigos e sabe que corre o mesmo risco. Descreve que não há nenhuma atenção a esta realidade por parte da direção da unidade. “Não fazem o teste de contaminação com a gente. Não sabemos se estamos contaminados. Não tem psicólogo. Estamos morrendo. Ajudem a gente que nós estamos morrendo na saúde,” desabafa o profissional que termina sua fala emocionado e chorando.

 

Depoimento semelhante fez a enfermeira, Maria Conceição. Também emocionada, conta que contraiu o Covid-19 e teve que se afastar do trabalho sem receber qualquer assistência da direção da unidade hospitalar. Sua dor é ainda maior, diz ela, por ter contaminado seus três filhos e seu esposo e colocado a vida deles em risco. Uma dura realidade que muitos profissionais estão vivendo de levar o vírus para suas casas e comprometer a vida dos entes que amam. “Tenho 20 anos de trabalho e ninguém dá apoio para nossa vida,” desabafa também em prantos a profissional.

 

 

A situação da pandemia no Estado é assustadora. Números apresentado pela imprensa na última semana destacam que o Estado há possui cerca de 3 mil casos de cidadãos contaminados com o coronavírus e o número de mortes estava próximo a 250, dados que dramaticamente crescem a cada dia numa velocidade impressionante. Uma realidade que levou as autoridades locais a providenciarem contêineres frigoríficos para instalação nos hospitais para acomodação das vítimas e autorizaram o cemitério público a realizar enterros em valas comuns. O governo local já admite que quase 100% dos leitos de UTI do Estado já estão ocupados.

 

 

 

José Carlos Araújo

Assessoria de Imprensa da CNTSS/CUT

Com dados Portal de Notícias Holanda

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