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Presidente da CNTSS/CUT reafirma defesa dos profissionais da saúde durante live do Sindsaúde SP

07/05/2020

Sandro Cezar reiterou que SUS é saída para a crise da pandemia e seus trabalhadores precisam ter suas vidas preservadas; também destaca a defesa da população a partir da criação de fila única para UTI

Escrito por: Assessoria de Imprensa da CNTSS/CUT

 

 

O Sindsaúde SP - Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo, entidade filiada à CNTSS/CUT – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social, realizou na terça-feira, 05 de maio, uma transmissão ao vivo, live, pelos seus canais do facebook e youtube, para dialogar sobre a situação enfrentada pelos trabalhadores da saúde neste grave momento de crise sanitária causada pela pandemia. O sindicato propôs também avaliar os resultados iniciais da Campanha "Trabalhadoras e Trabalhadores Protegidos Salvam Vidas". Uma rica troca de informações foi estabelecida onde se teve uma visão do que mais aflige estes trabalhadores e de como as autoridades estão dando respostas a esta grave crise.

 

A campanha, que é uma iniciativa da ISP – Internacional do Serviço Público, entidade internacional presente em 156 países agregando mais de 30 milhões de trabalhadores da saúde e demais setores essenciais, conta com a parceria da CNTSS/CUT, Sindsaúde SP e uma série de entidades representantes destes setores. A proposta foi lançada em 31 de março e, desde então, trabalhadores vem respondendo um questionário digital onde o foco é a realidade que vivem no cotidiano de seu trabalho. Este material recolhido neste primeiro mês da campanha foi compilado e os dados apresentados pela representante da ISP, Denise Motta Dau.

 

Dos 2.575 questionários respondidos até 30 de abril dá para traçar o seguinte perfil dos trabalhadores participantes: o estado com maior participação é São Paulo, seguido pelo Ceará; 88% são respostas de profissionais da saúde; 73% são mulheres; a enfermagem é a categoria que mais participou. Sobre a realidade apontada, pode-se destacar, em termos gerais, a excessiva jornada de trabalho diária: 35% trabalham doze horas e 38% até 8 horas. Ou seja, cargas muito superiores às determinadas pela OMS – Organização Mundial da Saúde de 30 horas semanais. Sobre EPIs – Equipamentos de Proteção Individual, 11% não recebem nada; 65% dizem que recebem em quantidade e qualidade inferior ao preconizado pela OMS. São dados que confirmam as denúncias da CNTSS/CUT e suas entidades sobre esta realidade.

 

Clique aqui e veja a íntegra da live:

 

Outra situação mencionada por Motta Dau demonstra que  69% dos trabalhadores da saúde não receberam treinamento para as situações de combate ao coronavírus e que, quando ocorre, são sempre iniciativas simplificadas, como apresentação de vídeo ou distribuição de folder. Para as demais categorias essências, o percentual sobe para 77%. Tem sido evidente pelas respostas que há um grande sofrimento psíquico entre estes trabalhadores. 56% dizem que sofrem. Deste total 56% são mulheres e 44% homens que responderam afirmativamente. São informações que sofrem influência pela falta de infraestrutura para trabalhar, o medo da contaminação pessoal, dos pacientes e dos familiares e nenhum acompanhamento profissional especializado para este momento de grande sofrimento emocional.

 

Para a representante da ISP, estes são alguns dados que, desde já, confirmam as denúncias feitas pela CNTSS/CUT, que auxiliou na formulação e execução da campanha, assim como o Sindsaúde SP, que vem tendo história de denúncia sobre as condições na Saúde. “Isso confirma o debate que estamos fazendo com a sociedade para se envolver na defesa do SUS e sobre o subfinanciamento. Se as entidades já faziam as denúncias por melhores condições de trabalho para atendimento da população em situações rotineiras, imagina agora com a pandemia. Não é à toa que encontramos estas respostas. Há um desmonte do sistema de saúde público. É fundamental que a população se aproprie destas informações,” afirma Denise Dau.

 

SUS é a saída para a crise

 

O presidente da CNTSS/CUT identifica que a defesa do SUS, a maior política pública prestada para a população brasileira e com forte participação do controle social, segundo ele, é fundamental e o sistema vem respondendo, apesar dos ataques que vem sofrendo, em especial desde 2016, que mudou a orientação política do país. Destaca que a EC 95 retira recursos do SUS e é este desfinanciamento que tem causado muitos dos problemas que o sistema tem para enfrentamento do coronavírus. Ocorreu, sem dúvida, um desmonte no SUS por parte das autoridades. Hoje são os sindicatos que realizam a proteção dos trabalhadores e denuncia a falta de recursos.

 

Sandro Cezar diz que o Brasil e o mundo nada fizeram para fortalecer as redes públicas para dar conta desta enorme demanda. Estados como São Paulo e Rio de Janeiro já estão com suas redes de saúde entrando em colapso. O Brasil não estava preparado para esta pandemia. É um país que vem destruindo sua política pública nos últimos anos com a finalidade de destruir o Estado. Há também uma grande vontade de acabar com o trabalho formal no país. Em São Paulo, por exemplo, tem a prevalência das OSs – Organizações Sociais, que são estruturas que fragilizam as relações de trabalho.

 

“O cenário sobre os trabalhadores é bem difícil. A pesquisa da ISP nos traz informações precisas sobre este quadro. Grande parte dos trabalhadores não recebe treinamento, os EPIs são insuficientes e os óbitos são muitos. Os sindicatos precisam continuar sua luta em defesa dos trabalhadores da saúde. Não é só agora com o Covid-19 que tem a falta de EPIs. É uma situação crítica que vem acontecendo há um longo tempo por descuido do poder público. Chegamos agora a um momento que colapsou o sistema e os trabalhadores estão desprotegidos. Uma realidade que acaba acontecendo em todo o país,” destaca Sandro Cezar.

 

Sentencia o dirigente que se não fosse o SUS a situação seria muito mais grave e que o isolamento social é uma discussão muito relevante, pois a curva de contágio continua crescendo. Destaca que o governo federal vem agindo para transformar esta situação em algo ideológico e político, querendo, inclusive, responsabilizar estados e municípios por sua culpa. Menciona também que não adianta Dória jogar confetes nos trabalhadores da saúde, pois eles sabem muito bem o tratamento dispensado pelo governo. Há a compreensão que o governador de São Paulo está aproveitando a mídia para dizer que tem algum compromisso com a saúde e esconder que esteve aliado a Bolsonaro e ambos têm a mesma postura contra o setor público.

 

Sandro Cezar acredita que os trabalhadores e suas entidades devem insistir pela criação da fila única para leitos de UTI. “Agora é a hora de discutir a fila único do sistema público para atendimento em UTI, quer seja do setor privado, quer seja do setor público. Não podemos adotar protocolo que entreguem os pobres à própria sorte e garantam UTIs para os ricos. Isto não pode acontecer. Não pode se criar um protocolo para uma só parcela da sociedade. O protocolo, se for criado, deve ser seguido por todos. Mas ainda há muito a fazer. Há a necessidade de fazer como outros países fizeram: estatizar os leitos dos hospitais privados e, assim, transferi-los para o SUS. Não existem dois sistemas no Brasil: o público e o privado. No Brasil existe único sistema de saúde e o que eles chamam de privado é o suplementar. Portanto, pertence ao mesmo sistema, por isto não há razão de criar o protocolo de quem vive e quem morre. Notadamente, morrerão os pobres,” denuncia.

 

 

José Carlos Araújo

Assessoria de Imprensa da CNTSS/CUT

 

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