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Trabalhadores da saúde se unem e criam Frente Pela Vacina

03/02/2021

Profissionais lançam manifesto para constituir uma Frente pela Vacina que conclama a unidade para a retirada de uma ação nacional organizada de forma centralizada pela vacinação da população

Escrito por: Simesp

 

Há alguns dias, trabalhadores da saúde do estado de São Paulo criaram a Frente Pela Vacina, uma iniciativa que visa impulsionar e marcar posição responsável em relação à crise sanitária enfrentada no Brasil, com o objetivo de alcançar uma campanha verdadeiramente nacional de vacinação contra a Covid-19. Confira carta da Frente, à qual o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) é signatário:

 

O Direito à Vida – Manifesto pela Vacina

 

Até o momento presente, estimam-se cerca de 2 milhões de mortos e 86 milhões de infectados em todo o planeta pelo coronavírus. E uma segunda onda desta pandemia, que promete ser pior ainda que a primeira, começa a atingir a humanidade. Não bastasse, foram observadas mutações de relevância no código genético do vírus. O Reino Unido e a África do Sul estão anunciando que novas cepas foram identificadas e podem apresentar níveis altos de transmissão e maior poder letal.

 

A velocidade com que se propaga este vírus e a necessidade de combatê-lo não permitiram ainda mensurar as sequelas dos sobreviventes, mas, sem dúvida, existe a possibilidade de serem devastadoras do ponto de vista patológico e psicossocial – como é o caso das inúmeras crianças que se tornaram órfãs em 2020.

 

Neste cenário de emergência sanitária, mais de 40 países de vários continentes já deram início a processos nacionais de vacinação e outros estão se mobilizando neste sentido. Na América Latina, Argentina, Chile, Costa Rica, Cuba e México, correndo contra o tempo, montaram seus programas de vacinação.

 

No Brasil, são 200 mil mortos e 7.7 milhões de infectados – com projeção de crescimento -, conforme dados oficiais, cuja precisão tem suscitado questionamentos, devido à adoção de uma metodologia muito particular de notificação das mortes.

 

E não há sinal sequer de uma atuação do Governo Federal na direção do controle da pandemia. A própria cúpula do governo desenvolveu uma cultura de negação da gravidade do novo coronavírus e, ignorando a modernização das instituições sanitárias brasileiras, emitiu e valorizou opiniões leigas na formulação de medidas estratégicas do controle de doenças infecciosas. Caminhando, pois, na contramão da ciência, fez uso da ideologia para indicar medicamentos sem eficácia cientificamente comprovada para o controle do Covid-19. E, em vez de defender as medidas profiláticas pactuadas globalmente como necessárias para o controle da transmissão do vírus, como o uso de máscaras e distanciamento social, produz mau exemplo e confusão no seio da sociedade civil, promovendo e incentivando aglomerações e delas participando. Enquanto governos responsáveis de outros países conduziram a testagem em massa como uma medida efetiva para o controle da transmissão, o que aqui se deu foi o desperdício de milhões de testes sorológicos para o diagnóstico da patologia que custaram outros milhões aos cofres públicos: foram subutilizados ou perderam a validade.

 

O resultado disto é o aumento do descrédito quanto a campanhas de imunização. Não chega a reproduzir a reação da histórica Revolta da Vacina anti-varíola de 1904, mas faz cair ainda mais a posição que o Brasil alcançou num passado recente: uma das maiores taxas de cobertura vacinal no mundo, chegando a 99,7% de imunizações.

 

Desde a PEC 95 (Emenda Constitucional que congelou por 20 anos o orçamento da saúde e educação), somadas às demais políticas de corte e desmonte do SUS (como os ataques à Atenção Básica pelo Programa Previne Brasil do atual governo), os números falam por si só e revelam um verdadeiro decréscimo nas taxas de cobertura vacinal entre as crianças. O Programa Nacional de Imunização indicou que, em 2019, as coberturas para a BCG (tuberculose) e poliomielite se mostraram inferiores quando comparadas com as taxas de 20 anos atrás, no mesmo ano em que o Brasil perdeu seu certificado de “pais livre do sarampo”.

 

A situação é gravíssima e a absoluta indiferença demonstrada pelo governo brasileiro coloca em risco a vida dos milhões de cidadãos desse país e de países vizinhos. A necessidade de combater isto é urgente. É preciso acionar todos os meios para esclarecer todos e cada um sobre a prevenção e a gravidade da situação que ora a população enfrenta.

 

Este quadro exige dos profissionais da saúde forte pressão para que o Governo Federal centralize decisões e atue rápida e urgentemente no controle da pandemia do Covid-19, que tome para si a responsabilidade de articular, através do Ministério da Saúde, uma Campanha Nacional onde está implícito um Programa de Vacinação que produza contenção da gravidade da doença e evite números cada vez maiores de óbitos no país.

 

Este é um manifesto de profissionais da saúde unidos para constituir uma Frente pela Vacina que conclama outros do setor a se unirem para a retirada de uma ação nacional organizada de forma centralizada pela vacinação da população do país. Trata-se de medida imediata. As entidades, instituições, profissionais e todos os setores envolvidos responsavelmente com a saúde neste nosso país que assinarem este manifesto marcarão posição em defesa à vida e à contenção da doença no país.

 

Nunca é demais ressaltar que esta Frente seguirá os princípios básicos de respeito dos seus membros entre si (não impondo e, sim, recomendando e trabalhando para que suas recomendações sejam levadas em consideração) e de autonomia de cada um deles na criação de táticas (desde simples abaixo-assinados, passando por artigos na imprensa, entrevistas, conferências, declarações nas mídias em geral até informação através de cartazes ou panfletos) para cumprir com a estratégia estabelecida – que não é outra senão a de um Programa de Vacinação em favor da vida, levando em consideração o monitoramento da sociedade civil para que assim o seja.

 

 

 

 

Fonte: https://bit.ly/36z9KKP

 

 

 

 

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