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CNTSS/CUT: entidades denunciam mortes de índios Guarani Kaiowá por policiais militares em Mato Grosso do Sul neste final de semana

27/06/2022

Ataques da polícia aconteceram na sexta-feira, 24/06; números iniciais divulgados por entidades indigenistas apontam morte de dois índios, um outro baleado em estado grave e cerca de dez feridos

Escrito por: Assessoria de Imprensa da CNTSS/CUT

 

A barbárie instalada no Brasil com o advento do governo Bolsonaro tem na população indígena e nos defensores da Amazônia e dos territórios indígenas suas maiores vítimas. Um número contínuo e assustador de chacinas e mortes acontece com o olhar displicente, outros apontam como conivente, de autoridades governamentais. No mesmo final de semana em que as famílias enlutadas do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira velavam seus entes queridos assassinados de modo cruel e com requintes severos de perversidade, a mídia nacional se depara com mais um ato cruel contra índios Guarani Kaiowá na região de Mato Grosso do Sul.

 

O ataque desta vez se materializou na forma do confronto entre policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar da cidade de Amambai, naquele estado, na sexta-feira, 24/06, e teve na sua divulgação imediata o saldo trágico da morte de dois índios, podendo já ser quatro o número de óbitos, um outro baleado em estado grave e cerca de dez feridos. Também há indícios de três indígenas desaparecidos, duas mulheres e uma criança de sete anos. Os índios ocupam o local, considerado território sagrado de seus ancestrais, deste 23 de junho. A notificação do conflito foi feita pelo setor jurídico da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).

 

A área onde os crimes aconteceram é conhecida como “Território Guapoy” e tem sido espaço de intensos confrontos por terras envolvendo fazendeiros do agronegócio. Em nota divulgada, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), órgão ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), denuncia que o território pertencente aos indígenas e “lhes foi roubado quando houve a subtração de parte da reserva de Amambai". Outra denúncia, desta vez da APIB, enfatiza que “a polícia promove despejos sem ordem judicial”. A Aty Guasu, entidade representativa dos Guarani Kaiowá, também relatou que policiais teriam tentado impedir o atendimento de feridos no hospital de Amambai.  

 

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS/CUT) vem somar-se a inúmeras entidades nacionais e internacionais na denúncia contra as barbaridades e arbitrariedades promovidas pelo governo Bolsonaro e cobrar das Instituições brasileiras que mais este atentado à vida da população indígena seja investigado e que os responsáveis sejam punidos no rigor da lei. O mesmo clamor por Justiça manifestado por conta dos assassinatos de Dom Phillips e Bruno Pereira se estende a todos aqueles que têm suas vidas ceifadas pelo compromisso na defesa dos povos indígenas, de suas terras e da Amazônia como área de preservação ambiental da humanidade.

 

A Confederação reitera que é preciso dar um basta nesta política de extermínio dos povos indígenas, das lideranças ambientalistas e de trabalhadores rurais e de devastação do território da Amazônia pela ação predatória de madereiros, fazendeiros do agronegócio e empresas de pesca e mineradoras clandestinas; e agora por facções do narcotráfico nacional e internacional. Neste sentido, a retomada do papel fiscalizador da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) como um órgão de caráter idôneo de defesa das populações indígenas e de suas terras é fundamental. É urgente que seja posto fim ao aparelhamento ideológico da FUNAI e tenha restituída sua direção a agentes públicos defensores da causa indigenista.

 

Foi por esta luta contra o aparelhamento da Fundação que Bruno Pereira foi retirado de seu posto de trabalho e se tornou uma intensa força de resistência contra os ataques do poder econômico na região e da desfaçatez deste governo. A dança e a homenagem dos índios do Povo Xucuru no velório de Bruno representam a tristeza e o clamor pela esperança de que as mortes dos que tombam nesta luta não serão esquecidas e que seus algozes serão punidos. Ecoa ainda nos ouvidos do mundo a canção dos Xucuru ao lado do caixão de Bruno: “Mas cadê meu irmão? Oh, meu irmão. Oh, irmão meu. Cadê meu irmão?...... Basta de morte. Queremos Justiça.

 

 

Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social

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