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Riqueza aos trabalhadores

Escrito po: Postado por Clara Bisquola - Imprensa CNTSS

10/06/2011

Escrito por: Juvândia Moreira Leite, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região

O Brasil tem uma dívida salarial com os trabalhadores. Nós últimos anos, graças aos programas sociais do governo, à política de valorização do salário mínimo e às conquista de aumento real nas campanhas salariais, assistimos a redução da miséria e ascensão social, mas há muito a se avançar. Não podemos retroceder. Boa parte da riqueza produzida no país ainda está concentrada. Vivemos com crescimento econômico, produtividade em alta e lucros elevados. Os trabalhadores não podem pagar a conta da inflação, pelo contrário têm muito a receber da riqueza que ajudaram a construir.

Foi-se o tempo em que o trabalhador tinha que apenas duas opções: redução salário ou desemprego. A campanha que até foi defendia pelo mercado e propagada pela imprensa por conta da crise financeira global não colou e a receita de sucesso de emprego e renda se firmou como uma política eficaz de um país preocupado com o crescimento econômico e desenvolvimento social.

Os terroristas de plantão agora apostam em outra campanha, também fadada ao fracasso, a de que aumento salarial gera inflação. Mais uma vez o movimento sindical mostra que tem lado, o do trabalhador. A campanha na verdade não é nova. O mercado, diga-se de passagem, o sistema financeiro, cujas perspectivas o Banco Central se baseia para fazer projeções, são os únicos beneficiados pelo remédio conservador utilizado para conter a inflação, o aumento de juros.

A mesma ladainha também é entoada. Quando se aproxima o segundo semestre e com ele as campanhas salariais de grandes categorias organizadas do país, volta à pauta o tema salário x inflação. Os patrões querem vender à sociedade o peixe de que se houver aumentos reais nos salários o índice de inflação sobe para, assim, tentar desmobilizar os trabalhadores. O Brasil tem crescido e a produtividade tem aumentado e esses ganhos têm de ser revertidos em ganhos reais aos trabalhadores. Os altos lucros dos bancos são uma prova desse crescimento de produtividade e é inadmissível que esses ganhos não se revertam em melhor remuneração aos bancários, se o crescimento salarial está ancorado nesses fatores ele não é inflacionário.

A inflação de 6,65% medida pelo IPCA para os últimos 12 meses não foi ocasionada pelo mercado interno, mas por fatores externos e preços administrados. Entre os fatores está a elevação nas commodities (como trigo, milho, soja, açúcar, petróleo, minério de ferro, entre outros) provocada pelos especuladores internacionais que acabam sendo transmitidas para os preços internos. Outro indicador, bastante importante na composição do IPCA (cerca de 30%), é a alta dos preços administrados como planos de saúde (9%), transporte público (ônibus 11% e metrô 9,43%), entre outros.

Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que o aumento do emprego e da massa salarial são essenciais para o crescimento da demanda interna e para a elevação do PIB nacional. De acordo com o relatório, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 7,5% em 2010 quando comparado a 2009, totalizando R$ 3,675 trilhões. Segundo o Dieese, a diminuição do desemprego de 12,4% para 10, 4% entre janeiro de 2010 e janeiro de 2011 e, no mesmo período, a elevação em 7,8 % do rendimento médio real dos ocupados, contribuíram para o aquecimento da economia interna e a consequente elevação do PIB.

São os aumentos reais nos salários, o crescimento da massa salarial, a valorização do salário mínimo e a geração de novos postos de trabalho que têm sustentado o desenvolvimento do país nos últimos anos. Se a produtividade está aumentando, as categorias têm de negociar ganhos também reais.

A Campanha Nacional dos Bancários está chegando e a exemplo dos anos anteriores, os trabalhadores vão à luta por aumento real nos salários, maior participação no lucro dos bancos e melhores condições de trabalho. O setor financeiro continua com lucros elevadíssimos. O resultado dos cinco maiores bancos, no primeiro semestre, somou R$ 12 bi, crescimento de 17% em relação ao mesmo período de 2009. Ou seja, vamos para a nossa Campanha Nacional Unificada mobilizados para não só distribuir esses ganhos reais também para os trabalhadores, como conquistar participação maior nos lucros e resultados e melhoria nas condições de saúde.

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