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As mudanças no Brasil

Escrito po: Rita Berlofa

01/06/2012

Discurso da Rita Berlofa em Denver,Colorado

Olá, Sou Rita Berlofa, trabalhadora da subsidiária brasileira do banco espanhol Santander. Agradeçoo convite para esta exposição.Tenho orgulho de ser brasileira e estar aqui com vocês. Espero contribuir para a luta internacional dos trabalhadores. Muito obrigada.Muitas pessoas nos perguntam como os brasileiros conseguiram sair de uma ditadura militar e em menos de 30 anos tornar-se destaque no cenário internacional.


Entre 1975 e 1985, saímos de um regime militar autoritário e fechado que reprimia as manifestações dos trabalhadores e da oposição. Muitos foram presos, outros morreram e ainda hoje temos desaparecidos. Não existia liberdade partidária (havia dois partidos oficiais) e não eram permitidas aexistência de centrais sindicais. Os trabalhadores e as pessoas tinham medo de falar, de participar e de se expor.  Éramos destaque no mundo pelo carnaval, "mulatas" semi nuas, Pelé e futebol. Era
muito comum personalidades se referirem à Buenos Aires como a capital do Brasil.


Hoje o Brasil é destaque pelo crescimento econômico, pela política enérgica, regime de pleno emprego e renda, Temos políticas ousadas no combate à miséria (bolsa família), ao racismo e inclusão educacional (pró-uni), assim como um sistema de construção civil popular privado masbancado por políticas de crédito. Temos um sistema bancário forte, com uma rede estatal que dá sustentação a muitas políticas de irrigação de crédito. Deixamos de olhar só para os EUA e Europa e nos juntamos aos BRICS.

 

Deixamos o FMI e suas políticas de cortes e redução de benefícios longedo País (hoje emprestamos ao FMI para ajudar na Europa) Os presidentes Lula e Dilma atingem marcas históricas de popularidade. Vivemos momentos de liberdade partidária e sindical. Teremos eleições municipais em outubro e na semana passada metroviários e rodoviários fizeram greve. São exemplos da efervescência interna no Brasil.


Quais fatores nos levaram a isso. De 1975 a1985, lutamos contra o regime militar, por eleições e democracia. Esse período unificou muitas lutas e permitiu a todos os movimentos se organizarem, desde os estudantes até os empresários, passando pelos trabalhadores, do campo e da cidade.

 

Aigreja católica progressista jogou um papel determinante nesse período (o que levou o Vaticano, com João Paulo II e agora com Bento XVI a desarticularem a corrente da Teologia da Libertação, que unia a religião com movimentos sociais).

 

 

Em 78 já em processo de abertura política, um imigrante nordestino, líder sindical ousou enfrentar os militares e organizou uma grande greve, inicia-se ai o processo que elevou sindicalistas, intelectuais, políticos, representantes dos movimentos sociais, a discutir a necessidade de um partido dos trabalhadores e para os trabalhadores.

 

O PT nasce da vontade de milhões de brasileiros de intervir na vida política e socialdo país para transformá-la, nasce da vontade dos trabalhadores por independência, pois já estavam cansados de servirem de massa de manobra para os políticos e partidos comprometido com a manutenção da ordem econômica e social vigente.

 

Em 1980 fundamos o PT e come;amos atrabalhar para levar a voz dos trabalhadores no congresso. Não podíamos aceitar que o congresso como espelho de uma sociedade não tivesse um trabalhador. Iniciamos nosso luta para eleger trabalhadores nas esferas de poder. Lula foi eleito deputa estadual e como ele elegemos e continuamos a eleger trabalhadores que defendam nossas bandeiras.

 
A fundação do PT não era suficiente para a transformação social que queríamos, começamos então a discutir a unidade dos sindicatos em uma grande central. Em 83 criamos a CUT. Que nasce com princípios de liberdade e autonomia sindical, que nasce independente de governo, estado, partidopolítico e agrupamentos políticos. A CUT abriga todas as lutas sociais, mulheres, negros, jovens, meio ambiente. Nos organizamos vertical (sindicatos, federações e confederações) e horizontalmente objetivando a unidade dos trabalhadores, promovendo a organização intercategorias.
As primeiras eleições para presidente, em 1989 (somos uma jovem democracia, voltamos a votar a só 23 anos) ocorreu com o fim do Muro de Berlim, o que obrigou nosso movimento a repensar a luta de classes (operário x burguesia x camponês) e foi criada a ideia de cidadania. Aliás, uma das característica desse movimento é a capacidade de criar, de inovar e pensar soluções novas, que hoje são postas em prática nos governos.Assim, nas quatro eleições que Lula disputou, a ideia de cidadania cresceu muito e encantou inúmeros segmentos. Não sou só operário, sou cidadão, além do salário, do emprego e dascondições de trabalho, quero melhorias na minha rua, no meu bairro, na cidade, no estado e no País,quero educação, saúde e lazer. Surge o sindicato cidadão Lula fez as "caravanas da cidadania" visitando os rincões escondidos e esquecidos pelo Brasil afora.Cada sindicato inventou seu estilo de Sindicato Cidadão, o nosso ajudou e ajuda muitos movimentos sociais (crianças, favelas).


Ao ser eleito em 2002, lula deixa claro aos movimentos sociais, que havíamos elegido o presidente mas não havíamos feito a revolução e portanto havia a necessidade dos movimento sociais, fazerem o apoio crítico e então continuamos com a independência sindical indo as ruas, protestando, levandoa bandeira de luta dos trabalhadores, como por exemplo a valorização do salário mínimo (entre 2002 e 2012 crescimento de 65,95% acima da inflação e 211% de reajuste nominal), redução do imposto sobre a renda nos baixo salários, defesa das mulheres, negros, jovens, etc.

 

Diante de crises, Lula e Dilma incentivaram o consumo e hoje atacam problemas crônicos como adívida externa, os juros bancários, redução de preço de carros para o consumidor e inúmeros programas que produzem melhorias sociais e na infraestrutura, gerando mais renda e emprego Sonhamos com uma revolução na educação e com um programa de preservação ambiental que seja inveja para todos. A revolução tecnológica, a internet, cria uma nova geração com novas filosofias. Estamos atentos a essas transformações. Não repetiremos a história nem no Brasil nem em outro lugar, mas a luta faz a diferença.


Se olharmos a história do nosso País, não existirá um momento melhor e mais feliz do que vivemos hoje, mesmo tendo muito o que fazer. Por isso, companheiro, acreditamos que é possível mudar, apesar das dificuldades, somos 99%
contra 1%, nós temos a força. Precisamos nos unir com os movimentos sociais, atuar nas comunidades com os lideres comunitários, com a igreja, com os movimentos de direitos humanos, enfim com todos os grupos sociais, precisamos trabalhar junto com os demais sindicatos, unir os trabalhadores de forma horizontal, interconectando os diferentes setores, precisamos ampliar nossa luta para além da luta de classes, precisamos pensar o trabalhador como um cidadão. Se nós conseguimos, vocês também conseguirão. Vamos trabalhar juntos, vamos fazer movimento
solidários nacional e internacionalmente, vamos ás ruas, vamos á luta, vamos mudar.


Um sonho que se sonha só é só um sonho. Um sonho que se sonha justos é realidade (Raul Seixas).


Vamos sonhar juntos. Sim, se pode.

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