Dirigentes da CNTSS/CUT participam de oficina da Rede Sindical UniSaúde sobre prevenção de violência e assédio na saúde

Um importante debate sobre a Convenção nº 190, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que versa sobre o enfrentamento da violência e do assédio no local de trabalho, reuniu dirigentes de entidades de trabalhadores da Saúde de vários estados nos dias 26 e 27 de agosto, na capital paulista. A atividade foi organizada pela Rede Sindical UNISaúde, estrutura vinculada a UNI Global Uníon, Federação sindical global presente em mais de 150 países das regiões do Caribe e das Américas.

A proposta da UNISaúde teve como foco aprofundar com as lideranças o processo de formação e promover o combate à violência e ao assédio no local de trabalho. O evento contou com a contribuição da coordenadora de Igualdade de Oportunidades da UNICare Américas, Andrea E. Garcia, e do organizador Lead da UNI Américas no Brasil, Peter Kuhns. A Uniglobal trabalha com seus sindicatos nos vários países buscando que seus governos ratifiquem a Convenção nº 190.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS/CUT) foi representada por sua presidenta e sua secretária geral, respectivamente, Maria Júlia Reis Nogueira e Isabel Cristina Gonçalves. Também compareceram dirigentes de entidades filiadas à CNTSS/CUT. O Sindsaúde SP foi representado por sua secretária geral, Célia Regina, e Renata Scaquetti, secretária de Igualdade de Oportunidades; o SindiSaúde BA por seu presidente, Antônio Raimundo Teixeira Carvalho; o SEEB também por sua presidenta, Alessandra Alencar Gadelha de Mello;e o SERGS por seu diretor de Saúde do Trabalhador, Ismael Miranda da Rosa.

O primeiro dia de trabalho focou no diálogo sobre a compreensão, identificação e abordagem da violência de gênero. Andrea Garcia conduziu a oficina sobre o tema “Prevenção de Violência e Assédio”. A partir de uma ampla discussão foi possível aprofundar o tema, que contou com experiências apresentadas pelas lideranças sobre situações vivenciadas nos espaços laborais. Com exemplos claros para diagnosticar de forma precisa os casos de violência e assédio no local de trabalho  foi possível discutir sobre medidas preventivas focadas na criação de ambientes inclusivos, como tipifica a própria Convenção nº 190.

No segundo dia da programação, os dirigentes avaliaram as ações realizadas na campanha de maio deste ano em defesa dos trabalhadores da HapVida Notre Dame Intermédica, quando as entidades filiadas à CNTSS/CUT também se mobilizaram em seus estados. Profissionais da saúde privada ligados à Rede Brasileira UNISaúde iniciaram, em 16/05/2024, forte mobilização em várias partes do país com uma pauta de reivindicações: jornada de trabalho digna; revisão do PEP (Prontuário Eletrônico do Paciente); banimento total do assédio moral no ambiente de trabalho; fim da precarização dos direitos e do ambiente de trabalho; tratamento digno aos pacientes; fim do trabalho desumano.

Também foram observados os avanços nas discussões sobre um sistema nacional de cuidadores e cuidadoras. Em maio de 2023 foi feito um recrutamento de cuidadores e cuidadoras para a Rede de Cuidadores Unidos. Em outubro daquele ano ocorreu um debate sobre prioridades para um sistema nacional de cuidados/formalização dos cuidadores. Em novembro de 2023 houve a participação em atividades no México sobre sistemas nacionais de cuidado, organizada pela UNI Global.

Recentemente, em maio deste ano, foi realizada uma Oficina jurídica em parceria com o Sindsaúde SP de forma presencial. Os coordenadores da Rede Sindical UNISaúde confirmaram nova etapa de mobilização nos estados para setembro com referência a defesa dos trabalhadores e trabalhadoras em saúde.

Leia também:

CNTSS/CUT e Sindsaúde SP debatem profissão de cuidadores em Saúde em Fórum da UNIGlobal realizado no México

Saúde não é mercadoria! Trabalhadores da rede privada de saúde iniciam campanha para cobrar melhores condições de trabalho à Hapvida

José Carlos Araújo

Assessoria de Imprensa da CNTSS/CUT